Por Cris Linardi *
Um novo ano letivo, 2010, e novas ideias para o Blog da Escola Emílio Miotti. Com os rumores de movimentações mais efetivas aqui no nosso Cyber Espaço, eu resolvi publicar um artigo que escrevi em um dos blogs que posto com frequência chamado Os Letreiros.
Deem uma lida, assistam e se divertam...
Que ler é uma viagem, todo leitor sabe. Mas são muitas as maravilhas que se pode descobrir com essa simples atividade que é a leitura. Quem não tem esse hábito e foge de qualquer objeto que se abra e tenha páginas juntas, literalmente não sabe o que está perdendo. No entanto, evangelizar um não leitor não é tarefa tão difícil. Como tudo na vida, cada um tem o seu momento, sua época de virar um leitor assíduo. E garanto: todos têm esse potencial, basta querer.
Eu tenho um amigo assim e ele chegou a dar uma 'mini-entrevista' no blog da escola onde trabalho sobre como passou de não leitor a leitor assíduo. Na biblioteca bastou a bibliotecária indicar-lhe um livro da diva do crime Agatha Christie, para meu amigo mergulhar num universo tão inebriante e envolvente que ele só sossegou ao ler a última linha. Descreveu mais tarde, a atividade como a mais prazerosa e diferente de sua vida. Realmente é uma experiência e tanto, e a primeira vez é inesquecível.
A Influência da Mídia
Eu tenho um amigo assim e ele chegou a dar uma 'mini-entrevista' no blog da escola onde trabalho sobre como passou de não leitor a leitor assíduo. Na biblioteca bastou a bibliotecária indicar-lhe um livro da diva do crime Agatha Christie, para meu amigo mergulhar num universo tão inebriante e envolvente que ele só sossegou ao ler a última linha. Descreveu mais tarde, a atividade como a mais prazerosa e diferente de sua vida. Realmente é uma experiência e tanto, e a primeira vez é inesquecível.
A Influência da Mídia
Anúncios são muito influenciadores, mas as novelas e filmes têm uma forte influência na mente do telespectador que os assiste. Não é à toa que autores têm se engajado em fazer campanhas de conscientização de alguma coisa em suas obras, eles são sabedores do poder que tem.
Eu sempre me questionei o motivo de não ver leitores assíduos nas telenovelas ou diálogos acerca de literatura, ou ainda ambientes como livrarias e bibliotecas sendo mais presentes. Conclui, falando de forma sarcástica, que para isso o telespectador teria que abandonar a novela e abrir o livro.
Boas Ideias em Prol da Leitura
A TV Cultura lançou, no primeiro semestre do ano passado, um seriado chamado “Tudo Que é Sólido Pode Derreter”, trazendo literatura para ser encenada e discutida dentro da televisão como algo vivo e libertador. A personagem Thereza, interpretada pela atriz Mayara Constantino, vive um mundo de descobertas diárias e suas vivências têm forte paralelo com os livros que lê. Cada capítulo leva o nome de uma obra da literatura brasileira ou portuguesa, prestando assim um duplo serviço de incentivo à leitura e disseminação do conhecimento.
O capítulo exibido na última segunda-feira, o 10º da série, chamava-se “Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, nome do livro de Clarice Lispector. Ao começar a lê-lo, Thereza literalmente entra na história, vivencia as mesmas dores da personagem Lóri e as descobertas de seu amor por Ulisses. Neste ponto de sua vida, a jovem vive os mesmos dilemas da personagem criada por Clarice, no tocante ao amor, ela descobre-se apaixonada pela primeira vez e tem medo.
Ao iniciar a leitura, Thereza entra na sala de Lóri. Esta tem a aparência de sua mãe, pois a garota vive alguns conflitos com ela, como a maioria das adolescentes. As duas experimentam o estranhamento inicial de duas pessoas que não se conhecem, mas ao mesmo tempo são próximas; a menina está lendo a história da mulher.
Essa relação é totalmente insólita e ao mesmo tempo aconchegante. Thereza dialoga com Lóri, ambas se conhecendo, conversando, comendo juntas, aos poucos vão ficando íntimas. As duas refletem sobre o amor, suas buscas, o que querem, o que devem fazer. Num certo momento, Thereza exclama extasiada: “Deveriam parabenizar a Clarice Lispector por fazer suas leitoras se identificarem tanto”. Lóri a lembra: “A Clarice já morreu”.
Alguém leu a postagem no meu blog intitulada “A Relação Escritor-Leitor”? Trata deste mesmo tema, de como o leitor entra na obra, de como o escritor fica tempos na cabeceira de alguém que lhe é desconhecido. E o mais curioso é que, por vezes, dependendo do leitor, o escritor lhe é desconhecido também. Alguns não se interessam pelo autor, importa-lhes somente a obra e não há nada de ruim nessa relação platônica, é só uma característica.
No fim, Thereza entendeu por que o livro começa com uma vírgula e termina com dois pontos: é um período da vida de Lóri. O amor pode ser pura aprendizagem ou só prazer.
Eu sempre me questionei o motivo de não ver leitores assíduos nas telenovelas ou diálogos acerca de literatura, ou ainda ambientes como livrarias e bibliotecas sendo mais presentes. Conclui, falando de forma sarcástica, que para isso o telespectador teria que abandonar a novela e abrir o livro.
Boas Ideias em Prol da Leitura
A TV Cultura lançou, no primeiro semestre do ano passado, um seriado chamado “Tudo Que é Sólido Pode Derreter”, trazendo literatura para ser encenada e discutida dentro da televisão como algo vivo e libertador. A personagem Thereza, interpretada pela atriz Mayara Constantino, vive um mundo de descobertas diárias e suas vivências têm forte paralelo com os livros que lê. Cada capítulo leva o nome de uma obra da literatura brasileira ou portuguesa, prestando assim um duplo serviço de incentivo à leitura e disseminação do conhecimento.
O capítulo exibido na última segunda-feira, o 10º da série, chamava-se “Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, nome do livro de Clarice Lispector. Ao começar a lê-lo, Thereza literalmente entra na história, vivencia as mesmas dores da personagem Lóri e as descobertas de seu amor por Ulisses. Neste ponto de sua vida, a jovem vive os mesmos dilemas da personagem criada por Clarice, no tocante ao amor, ela descobre-se apaixonada pela primeira vez e tem medo.
Ao iniciar a leitura, Thereza entra na sala de Lóri. Esta tem a aparência de sua mãe, pois a garota vive alguns conflitos com ela, como a maioria das adolescentes. As duas experimentam o estranhamento inicial de duas pessoas que não se conhecem, mas ao mesmo tempo são próximas; a menina está lendo a história da mulher.
Essa relação é totalmente insólita e ao mesmo tempo aconchegante. Thereza dialoga com Lóri, ambas se conhecendo, conversando, comendo juntas, aos poucos vão ficando íntimas. As duas refletem sobre o amor, suas buscas, o que querem, o que devem fazer. Num certo momento, Thereza exclama extasiada: “Deveriam parabenizar a Clarice Lispector por fazer suas leitoras se identificarem tanto”. Lóri a lembra: “A Clarice já morreu”.
Alguém leu a postagem no meu blog intitulada “A Relação Escritor-Leitor”? Trata deste mesmo tema, de como o leitor entra na obra, de como o escritor fica tempos na cabeceira de alguém que lhe é desconhecido. E o mais curioso é que, por vezes, dependendo do leitor, o escritor lhe é desconhecido também. Alguns não se interessam pelo autor, importa-lhes somente a obra e não há nada de ruim nessa relação platônica, é só uma característica.
No fim, Thereza entendeu por que o livro começa com uma vírgula e termina com dois pontos: é um período da vida de Lóri. O amor pode ser pura aprendizagem ou só prazer.
Se você ainda não assistiu, aconselho-te a assistir. A trilha sonora também é das melhores, com Érika Machado, Fernanda Takai e Tiê.
Referências:
Site Oficial da Série
Definição na Wikipédia
Sobre o Livro
Todas as fotos utilizadas são do site oficial da série.
Referências:
Site Oficial da Série
Definição na Wikipédia
Sobre o Livro
Todas as fotos utilizadas são do site oficial da série.
* Cris Linardi é o pseudônimo de escritora de Aline Nardi, a secretária da EMEF Pe. Emílio Miotti. Ela publica seus textos aqui: http://cristinalinardi.blogspot.com. Gostou? Escreva para ela: cristina.linardi@hotmail.com.