Estamos publicando uma reflexão sobre as eleições no Brasil, que foi realizada pela professora Kátia Martins.
ELEIÇÕES, SEMPRE
Flausino, Angélica, Pedro,
Cláudio, Ana Maria, Edvane, Maucílio, Pedro, Francisca, Sônia, Rosimeire...
Calor, calor, calor, mosca invadindo nariz, olhos, colando no suor da testa,
fundindo-se ao cabelo já murcho.
“Trouxe documento com foto,
senhora? Sim, é necessário. Infelizmente não pode.” “ Pode entrar, companheiro!”
O som da urna avisa que o próximo
eleitor já está habilitado a votar. Mas será que está mesmo? Afinal, são
poucos, ainda, os brasileiros que, ufanistas, olham e enxergam os tantos brasis
que constam desse nosso grande país e quem são os autores dos resultados que
são percebidos na sociedade, sendo a desigualdade social o pior deles. Ao
contrário, muitos apenas percebem o que lhe é conveniente, escolhendo, por
exemplo, seus candidatos políticos (quem diria?) por serem bonitos, ou por
serem jovens, ou por serem crentes, ou por serem homossexuais, ou por... Ou,
ainda nem escolhem, recolhendo aleatoriamente do chão os “santinhos” que são
jogados pelos cabos eleitorais no trabalho de boca de urna, talvez esperando
que sejam “santos” a ponto de resolverem os problemas sociais. Esse eleitor sequer
tem consciência da carreira política de seu candidato, de sua integridade moral
ou de suas intenções e acaba elegendo corruptos, ignorantes e lobos na pele de
cordeiros, deixando de lado quem ainda luta por um ideal de justiça e
igualdade, mas que não teve dinheiro para se promover durante a campanha
eleitoral, concorrendo com outros candidatos cujas campanhas são patrocinadas
pela máquina do governo ou por empresas com interesses milionários. Continuam
elegendo a pobreza, a falta de saúde e educação públicas de qualidade, elegendo
a burocratização dos direitos dos cidadãos, muitas vezes enganados pela
esperança das bolsas migalhas que minam o orgulho próprio e o desejo de luta
por uma vida de dignidades. Elege e logo nem se lembra de em quem votou e
também não sabe o que cobrar ou como fazê-lo.
Ah, povo brasileiro! Pessoas
maravilhosas, corajosas, acolhedoras, otimistas sempre. Acordemos o gigante que
há dentro de cada um de nós e olhemos de frente os desafios que nos encontram e
os vejamos como desafios e não como obstáculos para nosso crescimento cidadão.
E, quando a urna estiver pronta
para o próximo eleitor habilitado a votar , que esse realmente se sinta assim.
Kátia Martins
27/10/2014
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