quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Alargar Possibilidades

Foto: A Book in Every Child's Hand by Pratam Books
Você já deve ter ouvido alguma vez que a leitura abre a mente, não é? Ultimamente, com as políticas públicas de incentivo à leitura, muito tem se falado sobre o impacto desta prática no intelecto do indivíduo e, certamente, em seu meio ou grupo em que está inserido.
Mais do que afirmação filosófica, a ciência tem muito a nos ensinar sobre esta máquina poderosa que carregamos lacrada dentro do crânio; suas aptidões e, portanto, possibilidades, são variadas, misteriosas e surpreendentes.
Quer entender melhor? Olha só: pesquisadores da Unidade de Neuro-Imagiologia Cognitiva do Inserm-CEA (França) desenvolveram um estudo com outros diferentes cientistas de universidades espalhadas pelo mundo e atestaram que o cérebro humano já tem uma zona pré-preparada para a alfabetização.
Comparando a atividade cerebral dos adultos analfabetos com a dos alfabetizados desde a infância ou em
idade avançada, os resultados demonstraram que "existe uma atividade massiva resultante da leitura, tanto nas regiões visuais do cérebro como nas que são utilizadas para a linguagem falada", explicou o cientista. Isso quer dizer que "uma aprendizagem cultural como a leitura tem um impacto muito grande sobre as respostas que o cérebro vai dar, quer sobre a informação escrita quer sobre a falada, e essas modificações podem ocorrer em qualquer idade".
Mais do que reunirmos informações e aprendermos novos assuntos com a prática da leitura, estamos alargando possibilidades, incentivando uma maior atividade em nossa pequena e notável "cacholinha de carne".
Reflita: você conhece alguém sem muito estudo que tem uma capacidade de comunicação e de raciocínio lógico invejáveis? Não é regra geral, obviamente, mas descubra se essa pessoa tem o costume de ler. 
E não importa muito o que se lê, sabe por quê? Aumentar o 'nível' de dificuldade de suas leituras é gradativo. Você começa hoje com um livrinho de mensagens reflexivas, depois com um de autoajuda, outro  dia um romance curto, de repente se vê às voltas com romances mais compridos e mais densos. Depois, instintivamente, se pega fuçando tratados de filosofia, estudos de psicologia, livros de história ou qualquer outro assunto mais técnico. Notou a grandiosidade da coisa? Você pode parar na faculdade, com fome de conhecimento, só porque alguns anos antes folheava umas poucas letras.
A Cris, nossa secretária-escritora, tem uma história curiosa em sua família como exemplo. Sua avó Maria nunca foi alfabetizada, no entanto a vontade de entender seus livros de receitas e nomes da caderneta de telefones, associada com a necessidade de anotar recados e indicações de corte e costura, transformaram-na em autodidata, capaz de - hoje em dia - ler o livro Ágape, de Padre Marcelo Rossi, como leitora crítica (sim, senhor!) presenteado no último Natal, bem como escrever várias coisas. Além disso, ela é leitora assídua da Revista Terra da Gente, tendo como maior prazer, as tardes na varanda com suas leituras preferidas.
E você, tem alguma história interessante associada à prática de leitura para compartilhar? Não deixe de comentar!

Serviço:
A referência do estudo científico acima foi retirada do site Em Busca da Nova Mente, do professor de filosofia e cientista cognitivo Ives Alejandro Munoz.

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