Por Cris Linardi
Adolescentes são inteligentes. A gente se aproxima pensando que são crianças, mas na verdade não o são. Parecem adultos, mas também não são. São tipo assim, sei lá! Ainda não são. O quê? Nada, só não são. Não se pode é subestimá-los, nem superestimar. Só são isso, só são. É como um penhasco e o mar. Tem o mar, tem o rochedo e tem o precipício. Eles não são nem o mar, tampouco o penhasco, são o precipício. Ainda não chegaram ao fim, mas também não estão no começo. Estão no meio da queda ao desconhecido. Incertezas, ansiedade, medo e vontade, tudo misturado. E o que se tem que fazer se deve fazer logo, o fim está próximo, a vida adulta já está à porta e o bater na água é dolorido. Crescer é dolorido. Mas necessário. Não se é adolescente pra sempre. Nem se será por muito tempo. Portanto, há muito a ser feito em tão pouco tempo.
Confesso que me assustava um pouquinho a ideia de enfrentá-los, bem não é enfrentá-los, é simplesmente estar com eles. Talvez o fato de todos estarem me olhando, cheios de pensamentos a meu respeito, coisas que eu não saberia o que era, de repente, me senti uma adolescente. Cheia de medo e vontade, querer ir e querer ficar.
Minha visita à sala do 8º ano C, na terça, na EMEF Pe. Emílio Miotti foi interessante. Realmente não foi uma coisa planejada, saiu tudo fora do combinado, não o combinado com a professora Marly, mas o combinado de minha mente com o meu corpo. Foi como um ótimo bate papo improvisado, desses sem script ou roteiro. Eu até fiz um, para não me perder, porque me perder é a coisa mais fácil do mundo, é só eu ficar sem fazer nada, quando percebo, me perco. O Vinnie Fuscaldy, meu amigão, nos conhecemos há exatos 1 ano e 4 meses, essas amizades que o tempo vai moldando e tornando sólida. Na primeira visita ele não pôde estar presente, mas desta vez apareceu. Foi mágico, ótimo, excelente. Não nos víamos há meses, mas era como se tivéssemos estado juntos no dia anterior. Está mais animado, diferente do dia em que dediquei-lhe o poema “Náufrago de Mim”. Pois bem, eu o postei aqui, lembram? Ela virou música, poesia em mão de músico bom dá nisso, vira coisa linda melódica. Na faculdade nos comparavam aos Tribalistas, voz, violão e poesia. Ah e a meia-lua. Eu esqueci de levá-la porque me considero poetisa e não cantora. Eu canto, antigamente as paredes eram minha única platéia, parafraseando com a música “Canção Pras Paredes”, do Di-Fusão, a banda do Vinnie. Linda, tá no My Space dele, depois eu coloco os links correspondentes. Eu sempre falo pros meus amigos e chegados: eu sou poeta, por consequência componho, e por acaso eu canto. Minha amiga Regina já disse: Chico falava isso! Eu rio, né? Até fico orgulhosa, não é todo mundo que tem o dom de compor e cantar, eu só preciso ver tudo isso do jeito que os outros veem. Meu olhar é simples, cantar é só uma emissão de som doce que sai da boca. Não foi em escola de canto que aprendi a cantar, eu nem sei quando começou. Só sei que gosto muito e quando faço, é como se junto com a melodia saíssem também minhas aflições. Como se o som da minha voz tivesse o poder de queimar o mal do mundo, fazê-lo desaparecer como quando a gente limpa o quintal sujo com água cristalina. Mas acho que o que atrapalha é quando alguém começa com essa história de se profissionalizar, fazer a coisa de forma menos amadora, mas quem disse que não quero ser amadora? Eu sou amadora em tudo que faço! Ora, pois…
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* também publicado em
Os Letreiros.